O que acontece com o amor após o
casamento? Porque as pessoas mudam tanto?
Essas perguntas, e várias outras
são feitas por milhares de pessoas, casadas ou divorciadas, que não encontram
explicações para o fim, ou a deterioração dos seus relacionamentos.
O desejo de ter-se um
relacionamento romântico faz parte da nossa formação psicológica. A maioria das
revistas populares tem algum artigo sobre como manter vivo o amor no casamento.
Livros falam e ensinam sobre isso. Mas por que
mesmo com tanto material disponível, tantas receitas, fórmulas e ensinamentos,
as pessoas continuam reclamando que seus cônjuges não reconhecem os seus esforços?
Esse livro, que eu vou tentar
resumir para vocês em alguns artigos, explica porque tantos métodos não
funcionam. Não significa que os métodos, livros e etc. estejam errados. Mas não
levam em consideração uma coisa fundamental: as pessoas falam diferentes
linguagens de amor.
Se pensarmos no nosso idioma, a
linguagem que aprendemos a usar é aquela usada pelos nossos pais, irmãos e pelo
meio em que vivemos. Se falamos apenas o nosso idioma, e encontramos alguém que
só fale o dele, a comunicação ficará bem limitada. Será necessário usar gestos,
fazer mímicas, apontar ou desenhar, para transmitir a ideia que queremos. É uma
forma bem rudimentar de comunicação. Se quisermos ter um bom intercambio
cultural teremos que aprender a linguagem daqueles com quem queremos nos
comunicar.
O mesmo acontece em relação ao
amor. Sua linguagem emocional pode ser tão diferente da linguagem emocional do
seu cônjuge quanto é o idioma chinês do inglês. Não importa o quanto voce tente
manifestar seu amor em inglês, se o seu conjugue só entende chinês; jamais
conseguirão entender o quanto se amam. Devemos estar dispostos a aprender a
primeira linguagem de nosso cônjuge, se quisermos comunicar eficazmente o nosso
amor.
Segundo o autor, existem,
basicamente, cinco linguagens do amor. Em linguística, um idioma pode ter
inúmeros dialetos e variações. Com as cinco linguagens emocionais básicas do amor,
também há vários dialetos. Eles se encontram nos artigos das revistas, tais
como: “Dez Formas de Demonstrar Amor à Sua Esposa”; “Vinte Maneiras de Segurar
Seu Marido em Casa”; ou “365 Expressões do Amor Conjugal”. Não há dez, vinte,
ou 365 linguagens básicas do amor. Há somente cinco. No entanto, existem
inúmeros dialetos. O número de formas de se expressar amor através da linguagem
do amor é limitado apenas pela imaginação das pessoas. O mais importante é
falar a mesma linguagem do amor de seu cônjuge.
Na primeira infância, a criança desenvolve
formas emocionais únicas. As crianças que sentem-se amadas por seus pais e
amigos desenvolvem a linguagem do amor emocional de acordo com a forma que seus
pais e outras pessoas próximas lhe deram carinho. Elas falarão e entenderão sua
primeira linguagem do amor. Mais tarde elas poderão aprender outras línguas
para se comunicarem, mas sempre se sentirão mais confortáveis com o primeiro
idioma que aprenderam. Crianças que não se sentem amadas por seus pais e amigos
também desenvolverão uma primeira linguagem do amor. O aprendizado dessa
língua, porém, será distorcido e apresentará defeitos da mesma forma que alguém
que recebe uma educação com falhas na gramática e desenvolve um vocabulário limitado.
Essa limitação não significa que essas pessoas não venham a ser boas
comunicadoras. Implica, sim, que terão de trabalhar mais diligentemente do que
os que cresceram na atmosfera do amor saudável.
É muito raro que marido e mulher
tenham a mesma primeira linguagem emocional do amor. Nossa tendência é falar
nossas primeiras linguagens do amor e ficamos confusos quando nosso cônjuge não
compreende o que desejamos comunicar. Expressamos nosso amor, mas a mensagem
não chega compreensível porque, para eles, o que falamos é uma língua
desconhecida. Uma vez que conheçamos as cinco linguagens básicas do amor e compreendamos
a nossa própria, como também a de nosso cônjuge, então teremos a informação
necessária para que coloquemos em prática as idéias dos livros e artigos.
Desde que você identifique e
aprenda a falar a primeira linguagem do amor de seu cônjuge, creio que terá
descoberto a chave para um amor duradouro. O amor não pode evaporar-se após o
casamento! Para mantê-lo vivo, a maioria de nós terá de aprender uma segunda
linguagem do amor. Não podemos confiar somente em nossa língua pátria, se nosso
cônjuge não a compreende. Se quisermos que ele compreenda o amor que lhe
desejamos comunicar, devemos expressá-lo na sua linguagem do amor.
Psicólogos infantis afirmam que
toda criança possui necessidades emocionais básicas, que devem ser supridas
para que se possa atingir uma estabilidade emocional. Entre elas, nenhuma é tão
essencial quanto o amor, a afeição e a necessidade de alguém sentir que
pertence a outro e é querido. Com um suprimento adequado de afeição, uma
criança
tornar-se-á um adulto
responsável. Sem esse amor essencial, ele ou ela ficará emocional e socialmente
atrofiado.
“Dentro de cada criança há um
‘tanque emocional’ esperando para ser cheio com o amor. Se ela sentir-se amada,
desenvolver-se-á normalmente; porém, se seu “tanque de amor” estiver vazio, ela
apresentará muitas dificuldades. Diversos dos problemas de comportamento de uma
criança provêm do fato de seu ‘tanque de amor’ estar vazio”. Essa metáfora foi
dada pelo Dr. Ross Campbell, um psiquiatra que se especializou no tratamento de
crianças e adolescentes.
A necessidade de alguém ser amado
emocionalmente, no entanto, não é uma característica unicamente infantil. Ela
nos segue pela vida adulta; inclusive no casamento. Quando nos apaixonamos, temporariamente
essa necessidade é suprida, mas ela torna-se um “quebra-galho” e, como acabamos
descobrindo mais tarde, com duração limitada e até prevista. Após despencarmos
dos píncaros da paixão, a necessidade emocional de ser amado ressurge porque é inerente
à nossa natureza. Está no centro de nossos desejos emocionais. Precisamos do
amor antes de nos apaixonar e continuaremos a necessitar dele enquanto
vivermos.
Alguma coisa em nossa natureza
clama por ser amado ou amada. O casamento foi idealizado para atingir essa
necessidade de intimidade e de amor. Por esse motivo os antigos registros
bíblicos dizem que o homem e a mulher tornam-se uma só carne. Isso não significa
que as pessoas perderão suas identidades; quer dizer que ambos entrarão nas
vidas um do outro, de forma íntima e profunda. O Novo Testamento desafia os
maridos e as esposas a amarem-se mutuamente. De Platão a Peck os escritores têm
enfatizado a importância do amor no casamento.
Será que lá no interior de cada
um desses casais machucados existe um indicador invisível de um “tanque” vazio?
Será que esses comportamentos inadequados, separações, palavras duras e
espírito crítico acontecem devido a esse “tanque” vazio? Se pudéssemos achar uma
forma de enchê-lo, será que o casamento renasceria? O “tanque” cheio
possibilitaria que os casais criassem um clima emocional onde seria possível
discutir as diferenças e resolver os conflitos? Será que esse “tanque” é a
chave para que um casamento perdure?
Manter cheio o “tanque de amor”
do casamento é tão importante quanto manter o nível do óleo em um automóvel.
Levar um casamento com o “tanque de amor” vazio pode ser até mais difícil do
que tentar dirigir um carro sem combustível. Qualquer que seja a qualidade de seu
casamento, sempre pode melhorar.
Compreender os cinco idiomas do
amor e aprender a falar a primeira linguagem do amor de seu cônjuge pode alterar
completamente o comportamento dele. As pessoas relacionam-se de forma diferente
quando seu “tanque de amor” está cheio.
Livro As Cinco Linguagens do
Amor, Gary Chapman.
Comentários
Postar um comentário